The Flash retornou de suas férias de final de ano com mais um episódio muito bom. Manteve um ar mais pesado, muito por causa de estar seguindo o aumento da periculosidade do vilão da temporada.
O texto a seguir é uma crítica referente ao episódio 4×10 da série The Flash. Se você ainda não assistiu, já puxa o freio de mão que vem spoiler daqui pra baixo.
Vamos começar dizendo que esse episódio manteve o bom nível da temporada. Embora tenha prezado para o lado mais sério do que humorístico, o retorno da série permaneceu trazendo uma ótima história.
Temos Barry sendo fichado e interrogado. Posteriormente, vemos seu julgamento – motivo do título do episódio – sua condenação e seu encarceramento. Nesse episódio, temos a clara dimensão de que DeVoe se torna, cada vez mais, o pior vilão que o Velocista Escarlate enfrentou em 4 anos de série. E isso não se deve ao fato apenas da perda. Afinal, tanto sua mãe quanto seu pai foram mortos pelos vilões anteriores e Iris quase foi na última temporada. O que torna DeVoe cada vez mais perigoso é seu jeito de jogar com Barry. O protagonista parece estar em uma areia movediça sem fim e não consegue ver um jeito de sair de lá.
Neste episódio, temos essa visão mais clara. De fato, Cecile vê a única solução para que Barry não seja preso: Falar que é o Flash. Afinal, não há outra forma de fugir da condenação. DeVoe, em pouco atos, conseguiu prender o Velocista em uma teia de eventos sem saída.
Até mesmo coisas que poderiam ajudar a tirar Allen da prisão vão por água abaixo. Joe e Ralph conseguem tirar fotos de Marlize beijando Dominic/DeVoe para tentar incriminá-la, mas a mesma consegue reverter e ainda deixar toda a situação ainda pior e mais desumana – para o júri.
E então temos também as medidas de desespero e as melhores cenas do episódio merecem ser destacadas:
Em uma delas, Joe pede a ajuda de Ralph para que abra a porta da residência dos DeVoe e ele possa plantar uma evidência para incriminar Marlize. Temos então um ótimo diálogo em que o Homem Elástico nos prova que evoluiu e muito com o Time Flash. Ele discursa para o detetive West e dá uma ótima lição de moral, o convencendo que essa não é a melhor escolha.
Outra cena que merece atenção, antes da segunda melhor do episódio, é toda a sequência em que Iris confronta Marlize do lado de fora do tribunal. É estranho observar que uma repórter como Iris consegue um momento a sós com a esposa do vilão, mas não pensou em nenhum momento em gravar a conversa para usar contra ela. Seria o mais óbvio e esse é um ponto negativo não só do episódio, mas da personagem, que não é uma das mais adoradas pelos fãs.
Agora, falando da segunda melhor cena do episódio, embora a frase “Nós somos o Flash” seja irritante pelo modo que é utilizada frequentemente, precisamos destacar algumas coisas: realmente, a Iris sempre será o porto seguro de Barry. Isso é imutável. Além de ser romântico, temos que lembrar que isso é fiel aos quadrinhos. Por mais que algumas pessoas não gostem da Iris, ela é o amor da vida do Velocista Escarlate. Isso fica ainda mais claro quando Barry consegue evitar que sua esposa conte ao mundo que ele é o Flash e eles se movimentam rápido o suficiente para que o mundo pare ao redor deles. Claro, isso não vai ter explicação que faça sentido, mas os efeitos e toda a essência de “nós somos o Flash” são bem exemplificados nessa cena. Por último, a insistência nessa frase e em seu significado podem ser a chave para a conclusão da temporada. Vale lembrar que, minutos antes, Marlize deixa claro que está fazendo isso pelo seu marido e questiona o que Iris faria pelo seu próprio.
Não que isso signifique que Iris se tornará uma velocista e ajudará Barry a combater DeVoe, mas que alguma ação dela será o necessário para derrotar o vilão da temporada. Além disso, Barry mostra maturidade ao aceitar o que está vindo e saber o que está em risco ao contar que ele é o Flash. Um alvo estaria nas costas deles e de todos que os ajudaram. Alvo não só para o brilhante DeVoe.
Vilão este, que prova ser o pior também pelo simples fato de aparecer em tão poucas cenas mas, quando aparece, sabemos que é para piorar ainda mais a situação do herói, seja para deixar claro que ele está ganhando o jogo criado ou para mostrar que estará sempre à frente, ainda mais por dizer a Barry que ele consegue ler mentes. Que vilão, amigos!
Não devemos esquecer que esse episódio não foi só do julgamento do Flash, o que deu mais um ponto negativo à narrativa. Talvez fosse melhor manter a exclusividade da história na sentença, como um típico episódio de Law & Order, mas a série não largou mão do “vilão da semana”, que foi bem fraco e mal utilizado. O único bom ponto a se destacar é que serviu para a cena final, onde há dois extremos: Flash, o herói da cidade, ganhando o prêmio de valor ao enfrentar mais um perigoso adversário. Do outro lado, Barry, sendo tachado como um assassino sem coração e sem humanidade, precisando ser trancafiado pelo resto de sua vida natural em Iron Heights.
Mais uma cena que nos surpreende – negativamente, mas é série, fazer o quê? – é de que Barry é preso exatamente na mesma cela que seu pai, Henry ficou, ao também ser preso injustamente.
O episódio foi, no geral, muito bom. Algumas cenas pareceram forçadas como a última mencionada acima, mas não tiraram o brilho de um episódio nota 8. The Flash pode melhorar em vários aspectos ainda, mas se fosse perfeito em todas as resoluções, teria bem menos episódio pra gente curtir o homem mais rápido do mundo. Agora, com ele preso, saberemos como a cidade será protegida por Ralph, Caitlin e Cisco. Talvez eles façam uma equipe melhor do que quando o esquecido Wally substituiu o Flash titular.
Vale recordar*:
* “Vale recordar” é uma seção especial de fotos nas críticas de séries e filmes, com imagens promocionais ou algumas cenas que valem a pena ser destacadas mas que não foram mencionadas completamente na crítica.
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